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Patricia Logullo

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Patricia Logullo é doutora e meta-pesquisadora no Centre for Statistics in Medicine (CSM) na University of Oxford, Reino Unido e medical writer certificada pela International Society of Medical Publication Professionals (ISMPP). Além do Doutorado em Saúde Baseada em Evidências (pela UNIFESP), também é mestre em Ciências da Saúde (pela FMUSP) e Jornalista Científica (pela UNICAMP).

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O projeto gráfico de um veículo de comunicação, seja uma revista científica, seja um cartaz ou um website, na nossa visão, está atrelado à função editorial designada ao produto. O projeto editorial de um jornal diário local não é o mesmo de uma revista como a Nature, assim como o planejamento editorial de um house organ impresso difere bastante daquele de um website institucional. Assim, necessariamente, o projeto gráfico de um produto tem de considerar o projeto editorial em primeiro lugar.  Já escrevemos aqui sobre a importância do Projeto Editorial.

Diferentemente do passado, quando a composição das páginas era dificultada por poucos recursos técnicos (linotipos, montagem em fotolito), a era dos programas de diagramação (PageMaker, QuarkXpress, InDesign) trouxe flexibilidade e liberdade para o trabalho do diagramador. É realmente possível fazer quase tudo numa página hoje! Porém, num projeto gráfico bem construído, certos limites precisam ser estabelecidos e seguidos, para que o visual da página individual não fique comprometido.

Antigamente, na produção de jornais, não tínhamos como interferir, por exemplo, no espaçamento entre letras ou entre palavras. Os jornalistas tinham que ser hábeis na construção de títulos que se encaixassem perfeitamente na largura das colunas, considerando que letras como m, n ou o ocupam mais espaço na largura do que i, t, l. No jornal Diário Popular, onde trabalhei, havia até competição entre os editores sobre quem conseguia acertar um título de primeira! Hoje, o jornalista escreve o título que quer e deixa para o diagramador a tarefa de “fazer caber”. Porém até que limite o diagramador pode “espremer” ou “esticar” uma linha ou um parágrafo? O tamanho dessa liberdade é diretamente proporcional à qualidade visual do produto final: uma linha esticada demais logo acima de outra, espremida demais, mostra ao leitor falta de cuidado na composição gráfica daquele produto.

Esses limites, determinações e possibilidades precisam ser determinados por um projeto gráfico de periódico. Além de ser positivo para o produto em si, o projeto gráfico também facilita a vida das equipes. Assim como o projeto editorial (sobre o qual já escrevemos), o projeto gráfico torna o briefing para contratação de pessoal muito mais fácil em caso de troca de diagramadores ou de produtores de texto. Dessa maneira, todos atuarão com base em um documento, uma norma preestabelecida, que serve como guia. Se existe muita rotatividade na contratação de profissionais (no caso, por exemplo, de free lancers), todos precisam operar segundo um código comum, para que o editor tenha chance de cuidar do conteúdo e do direcionamento do produto, e não de detalhes como uma linha que escorregou para outra página ou uma palavra hifenizada incorretamente.

Em se tratando de revistas científicas, o projeto gráfico precisa considerar alguns elementos sensíveis, tais como a escolha de fontes adequadas para a leitura de textos que podem ser longos (em oposição aos textos publicados na internet, por exemplo) e a composição de figuras do tipo organograma. Outro elemento importante é a previsão de modelos de tabelas, grandes ou pequenas, e seus títulos e legendas, de maneira que a disposição de dados numéricos, muito comuns em publicações científicas, fique clara para o leitor. A previsão de hierarquia de títulos, subtítulos e intertítulos precisa ser estabelecida num projeto descrito num documento, de maneira que qualquer profissional designado para trabalhar com o produto possa saber como se portar nas diferentes situações.

Exemplos de como o projeto gráfico pode ajudar: o que fazer quando uma tabela não “cabe” na página onde deveria estar? Encolher? Pular a página? Quebrar em duas páginas? Como proceder no caso de títulos muito longos? Como tratar casos de “viuvinhas”, “linhas órfãs” e outras anormalidades assim, que produzem efeito visual de descuido e podem facilmente ser evitadas. São erros gráficos básicos.

É claro que o documento do projeto gráfico (que é composto não somente de imagens ou modelos de páginas, mas principalmente de texto descrevendo as situações) pode e deve ser alterado de vez em quando conforme a prática diária exija (por exemplo, quando novas situações, seções ou elementos surgem e precisam ser desenhados e previstos no projeto). Porém a oficialização do documento de projeto gráfico confere uniformidade para o veículo de comunicação.

 

Órfãs, viúvas ou “forquinhas” ou “enforcadinhas”

Estes termos estão longe de serem técnicos ou científicos: há muita discordância entre diferentes diagramadores ou editores sobre essas definições, mas basicamente,

  • Viúva: palavra solitária ou linha isolada no início de uma página ou coluna, “escapando” de outra página ou coluna. Em qualquer caso, ela foi abandonada!
  • Forca, ou “enforcadinha”: pedaços de palavras que foram hifenizadas e que ficaram no final de um parágrafo, sozinhos
  • Órfã: linha ou palavra isoladas na última linha de uma página.

viuvinhas

 

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Um médico que atendeu os doentes de um serviço é autor de um artigo científico produzido por outros médicos do mesmo departamento?

O chefe da cadeira de uma faculdade deve assinar todos os artigos científicos publicados pela sua equipe?

Estatísticos são autores dos artigos das pesquisas que assessoraram?

Editores de texto ou tradutores devem assinar como autores de artigos?

Essas perguntas estão cada vez mais presentes no dia a dia das equipes de pesquisadores. Antigas tradições vêm sendo questionadas e as revistas que publicam os artigos têm ficado mais atentas às definições de autoria.

Os comitês de editores científicos da área de saúde têm discutido e tomado cada vez mais decisões a respeito de quem pode e quem não pode ser considerado um autor de um artigo. Os critérios do International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE) já haviam sido definidos há muitos anos, e incorporados às normas das revistas. Esses critérios, no entanto, têm evoluído. Todas as revistas signatárias dos requerimentos do ICMJE obrigatoriamente adotam os seguintes critérios (nossa tradução) e algumas são mais explícitas quanto a um ou outro:

1) O autor deve ter feito contribuições significativas para a concepção ou desenho do estudo ou para a coleta e análise ou interpretação dos dados;

2) O autor deve ter escrito o artigo ou revisado o texto criticamente quanto ao conteúdo;

3) O autor obrigatoriamente tem que ter lido a versão final a ser enviada para a revista e ter dado sua aprovação;

4) O autor declara-se responsável por todos os aspectos do estudo, assegurando que as questões de acurácia e integridade de todas as partes do trabalho foram investigadas e resolvidas apropriadamente.

O detalhe é que não basta cumprir com uma das premissas acima: é preciso cumprir com todas as quatro. A última foi recentemente adicionada e, na nossa opinião, deveria vir em primeiro lugar, pois é definidora da responsabilidade de um autor. Em artigos da área de saúde, que têm enorme impacto nas políticas públicas e diretrizes de cuidados, isso é particularmente importante: o autor deve se responsabilizar pelo trabalho que assina. Ter conduzido o tratamento de pacientes não necessariamente quer dizer que o médico é autor do relatório científico sobre essa experiência. Revistas como British Medical Journal e Journal of Arthroplasty já declaram em suas normas para autores que o envolvimento com o cuidado do doente deve ser reconhecido na seção de agradecimentos do artigo, e não na lista de autores.

Artigos simples (relato de um caso, por exemplo, ou mesmo relatos de séries de caso, envolvendo somente levantamento de prontuários) dificilmente conseguem justificar a participação de um número muito grande de pessoas. Mesmo os que são multicêntricos, e que, portanto, exigiriam pelo menos uma pessoa por instituição para coletar dados, não podem ter autores demais, pois nem todos os que participam da coleta podem responsabilizar-se pela análise, pelas conclusões, pelo texto.

Algumas revistas estabelecem o número máximo de autores que consideram razoável para cada tipo de artigo (quatro ou seis, por exemplo). Outras não fixam um número, mas solicitam uma justificativa de autoria para todos os autores de todos os artigos. E outras ainda não se preocupam com essas questões, limitando-se a pedir formulários de transferência de direito autoral assinados por todos, sem investigar se cada autor é um autor mesmo.

O fato é que “gift authorship” (autoria que é concedida como um presente a um colega ou chefe), “guest authorship” (autoria que é falsa, mas solicitada a grandes autoridades como forma de “impressionar” os revisores das revistas) e outras práticas assim já estão na mira das revistas e convém ter atenção às normas para evitar constrangimentos. Tanto daquele que solicita autoria do “figurão” quanto daquele que concorda em assinar um artigo sobre o qual não tem nenhum controle nem pode assumir responsabilidade.

Portanto, as diretrizes atuais apontam que:

Não: um médico que atendeu os doentes de um serviço não é autor de um artigo científico produzido por outros médicos do mesmo departamento, embora deva ser reconhecido na seção de agradecimentos (Acknowledgements) da revista;

Não, o chefe da cadeira de uma faculdade não deve assinar todos os artigos científicos publicados pela sua equipe, pois seria humanamente impossível que pudesse se responsabilizar, revisar, analisar dados e escrever todos eles. Mesmo que esse chefe seja um excelente e produtivo pesquisador, a prática rotineira de assinatura automática tende a cair em desuso;

Estatísticos não são autores dos artigos das pesquisas que assessoraram, pois nem sempre atuaram na concepção, na coleta de dados ou na revisão crítica dos textos. Geralmente, esses profissionais atuam como consultores, de forma pontual. Muitas vezes sequer leem o artigo pronto. Podem ter seu trabalho reconhecido também na seção de agradecimentos;

Editores de texto ou tradutores não devem assinar como autores de artigos, pois não participaram da elaboração do estudo, somente atuam na melhoria do texto, e não podem se responsabilizar por seu conteúdo científico.

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História e relatório de sistematização do projeto social Iniciativa Comum, do Bloco Brasil da RedEAmérica, que conduziu o projeto ambicioso e audacioso, voltado para e envolvendo jovens reunidos em coletivos e organizados em redes com capilaridade pelo país para fortalecer as comunidades para que elas mesmas superem as condições adversas.

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A Palavra Impressa cuidou da edição desta importante obra da organização não governamental Cidade-Escola Aprendiz. A publicação traz um resgate histórico do desenvolvimento do projeto social 100 Muros, um registro de todos os muros de mosaicos que foram construídos pela equipe na cidade de São Paulo e um manual de orientação para replicação da experiência. O livro foi produzido em dois volumes, bilingues, e contribuiu para a divulgação desta experiência de sucesso.

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O projeto editorial de uma publicação é um documento que descreve detalhadamente as características, o conteúdo e o seu plano geral de funcionamento. O Projeto Editorial (de um periódico, de um livro, de um site) é um patrimônio institucional da instituição que o publica. Serve para planejar detalhadamente os rumos desse canal de comunicação com o público do ponto de vista editorial e, por isso mesmo, ajuda a manter a sua qualidade ao longo do tempo. Funciona mais ou menos como a planta de uma casa a ser construída, planejada de acordo com as características da família que nela vai morar.

 

Sem a descrição de um projeto editorial, o canal de comunicação perde consistência, coerência e permanência na memória do cliente, pois seus diversos elementos (seções, conteúdos) ficam desconectados. Sem o projeto editorial, há um grande risco de o produto modificar-se ao longo do tempo à revelia de um planejamento, tomando rumos não desejados pela instituição detentora da obra. Os rumos do veículo, no caso de um periódico ou site, podem se alterar ao longo do tempo sem que a instituição se dê conta disso ou até mesmo sem que deseje as mudanças.

 

O Projeto Editorial é um documento que serve para que os membros da equipe da instituição tomem conhecimento de qual é o seu objetivo e quais são as metas para o cumprimento de cada etapa de trabalho. Ele traz um conjunto de normas a serem seguidas para aquele produto editorial. Assim, mesmo com a mudança da equipe, substituição de editores ou dirigentes, o fluxo de trabalho permanece.

 

A documentação do Projeto Editorial é também uma maneira de oficializar e reconhecer adequadamente o trabalho do editor, que serve como consultor para a montagem do novo veículo, coordena o trabalho da equipe (de programadores, de outros redatores, de fotógrafos), trabalha em conjunto com os designers gráficos, e investe seu tempo no planejamento de todo o trabalho: seu, e de outros profissionais envolvidos. O editor realiza, por meio da confecção do Projeto Editorial, a programação do trabalho a ser realizado em consonância com os objetivos e expectativas do cliente. No caso de periódicos científicos, o editor-chefe tem a função primordial de selecionar o conteúdo a ser publicado em cada edição, e o editor assistente ou associado precisa auxiliá-lo cumprindo normas e procedimentos previamente descritos num Projeto Editorial.

 

O Projeto Editorial deve conter:

 

– qual o objetivo/missão do produto/empresa

– qual o título e ISBN ou ISSN

– quais são as seções (ou capítulos) e conteúdos do veículo (jornal, revista, portal na internet, livro, periódico científico) e a que se destinam

– qual a periodicidade mínima e máxima da publicação no caso de periódicos (jornal, revista, página na internet)

– como devem ser formatados os elementos componentes (qual a linguagem do texto? Qual sua extensão mínima e máxima?)

– como serão usadas imagens (fotografias, ilustrações), em que situações, de que maneira, e como será produzido esse material

– no caso de livro, quem são os autores

– de onde vêm e como são obtidos os textos de colaboradores externos

– no caso de periódico científico, quais são os critérios de autoria, ou seja, o que faz de um autor realmente um autor e não um colaborador

– as responsabilidades de cada membro da equipe (ou conselhos)

– qual o prazo mínimo e máximo para execução de cada tarefa e qual o cronograma do primeiro número.

 

A Palavra Impressa realiza a análise crítica de produtos em publicação e a redação do Projeto Editorial desses e de produtos a serem publicados (novos). Após a redação do Projeto Editorial e submissão inicial ao cliente, alterações no planejamento do trabalho ou em detalhes do documento são discutidas e implementadas no Projeto. Uma vez obtida a aprovação do cliente, o editor formata o documento final para entrega e arquivamento, para que se inicie o fluxo de trabalho propriamente dito. Periodicamente (por exemplo, todo ano ou a cada dois anos), no caso de periódicos (revistas, jornais) e de portais na internet, o Projeto Editorial pode (e deve) ser revisto criticamente, e pode ser alterado. No caso da publicação de livro, a pré-impressão encerra o Projeto.

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A Organização Mundial de Saúde decidiu editar no Brasil, em sigilo, seu relatório sobre a situação do combate ao tabagismo no mundo. A Palavra Impressa coordenou a revisão do relatório e a diagramação, realizada pelo Estúdio Infinito de Design Gráfico. A obra foi lançada em Nova York e está disponível no site da OMS.

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A Palavra impressa editou “75 anos da SBOT: registro histórico”: uma obra completa sobre a história da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, em meio impresso e eletrônico.

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A Palavra Impressa realizou um resgate histórico dos 40 Congressos Brasileiros de Ortopedia e Traumatologia, organizados pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) desde a sua fundação, em 1935. O trabalho envolveu pesquisa, manipulação de documentos antigos, entrevistas e edição final da obra, que está disponível no site da SBOT.

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No atendimento a nossos clientes, temos percebido que há  incoerências entre as instruções para autores das revistas e o que é efetivamente praticado nos seus sistemas eletrônicos de submissão. Isso ocorre porque as revistas contratam sistemas de submissão pré-formatados, e nem todas as funcionalidades podem ser adaptadas à realidade de cada revista.

 

Exemplos de incoerências são:

 

– as normas ou instruções para autores declaram que o resumo “deve ser estruturado” (o que significa que deve conter subtítulos como “introdução”, “métodos” etc.), mas a revista devolve o artigo solicitando um ou mais itens que não estavam descritos na norma (por exemplo, pedem para inserir ou para tirar “discussão”); ou devolve solicitando que o abstract seja disposto em parágrafo único (coisa que não está descrita na norma);

 

– a norma da revista pede que seja adicionada uma declaração de conflitos de interesse dos autores, mas não especifica onde. Após a submissão eletrônica, o artigo é devolvido com a solicitação que essa declaração, que foi inserida no final do texto, seja colocada na “cover letter” ou vice-versa, ou que a declaração seja inserida na página de título e não no final do artigo;

 

– a revista não oferece uma carta de modelo padrão, mas devolve o artigo dizendo que determinadas declarações têm que constar na “cover letter” usando determinadas palavras: o autor não pode redigir a sua carta dizendo as mesmas coisas de outra maneira. Com isso, precisamos editar a carta, copiando e colando as frases-padrão exigidas pela revista;

 

– a norma da revista pede que tabelas e figuras sejam dispostas em documentos separados, mas o sistema de submissão não prevê esse tipo de documento, obrigando-nos a submeter tudo, texto, tabelas e figuras, em conjunto; o que teoricamente seria descumprir as normas;

 

– a revista não deixa claro em suas normas mas exige, durante a submissão eletrônica, que sejam indicados revisores para o trabalho (referees), sendo que algumas não permitem a finalização da submissão sem nome, endereço e instituição de um número mínimo de revisores;

 

– as revistas falam em “número máximo de figuras e tabelas”, mas após a submissão, devolvem o artigo dizendo que o número máximo declarado nas normas era um total, considerando tabelas e figuras em conjunto. Assim, se o número máximo era, por exemplo de 5 “tabelas e figuras”, o autor é obrigado a submeter somente 3 tabelas e 2 figuras, e não 5 tabelas e 5 figuras como feito inicialmente.

 

 

Resolvemos esse tipo de problema rotineiramente, para que o envio dos artigos de nossos clientes não se atrase. Também enviamos comunicados aos editores a respeito das incoerências para que possam alterar, se não o sistema de submissão, pelo menos as normas, deixando-as mais claras. Conduzimos esse tipo de comunicação entre autor e editor para facilitar a vida de nossos clientes, e assim resolvemos pequenas pendências burocráticas que podem emperrar o processo de submissão, avaliação, aprovação e publicação. Tiramos essas pequenas pedras no meio do caminho.

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Comum é que grandes empresas iniciem ações filantrópicas e assistenciais disfarçadas de ações e projetos sociais, como forma de obter incentivos fiscais e benefícios em marketing.

Incomum é que elas sejam capazes de reunir-se com outras corporações, num difícil exercício de diálogo, de forma a elaborar e conduzir em conjunto um projeto social.

Comum é identificar os mais flagrantes problemas sociais brasileiros (a fome, a droga, o alagamento) e realizar campanhas para transferência de renda, doações, socorro imediato de curto prazo.

Incomum é identificar uma demanda que permanece muitas vezes escondida, ou não tão evidente, e direcionar a ela os esforços de sua equipe e financeiros.

A Palavra Impressa acaba de editar mais um relatório de sistematização de projeto social, este sim, a respeito de uma iniciativa incomum.

A RedEAmérica reúne mais de 70 organizações de origem empresarial, e que têm um bloco formado por instituições brasileiras. Para apoiar a diminuição da pobreza e aprofundar a democracia, ou seja, fortalecer as capacidades coletivas nas comunidades para que elas mesmas superem as condições adversas o Bloco Brasil da RedEAmérica conduziu um projeto ambicioso, audacioso, voltado para e envolvendo jovens reunidos em coletivos e organizados em redes com capilaridade pelo país. Os membros do Bloco Brasil experimentaram a riqueza de atuar em rede, no exercício de um programa que descrevemos nessa publicação. O projeto, incomum, se chama Iniciativa Comum, e mostrou que a juventude é uma surpreendente e preciosa porta de entrada para o desenvolvimento de base, representa uma oportunidade de contato estreito e próximo com a comunidade e com grande alcance e poder de mobilização. Provou também que a arquitetura do projeto em rede, mesmo quando não há controle total do que está sendo produzido, funciona e produz ganhos de escala. O projeto gráfico, do Estúdio Infinito, deixou flagrante a juventude e o conceito das redes na publicação.

Convidamos à leitura!

http://www.foco.org.br/_midias/pdf/2014/04/08/iniciativa_comum-764-534432c0e8828.pdf