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Patricia Logullo

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Patricia Logullo é doutora e meta-pesquisadora no Centre for Statistics in Medicine (CSM) na University of Oxford, Reino Unido e medical writer certificada pela International Society of Medical Publication Professionals (ISMPP). Além do Doutorado em Saúde Baseada em Evidências (pela UNIFESP), também é mestre em Ciências da Saúde (pela FMUSP) e Jornalista Científica (pela UNICAMP).

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O serviço prestado pela Palavra Impressa para formatação de artigos científicos pode ser oferecido pelas sociedades médicas diretamente aos seus associados. Assim fez a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), que se preocupa com a qualidade dos estudos publicados por seus associados, e quer incentivar a divulgação da ciência.

Agora, todo dermatologista associado quites com a SBD tem direito a utilizar de nossos serviços. Basta acessar http://www.sbd.org.br/biblioteca/popac/ e preencher os formulários de inscrição.

Trata-se de iniciativa muito positiva da SBD: oferecer a seus membros incentivo e ajuda na publicação de seus estudos, que muitas vezes ficam sem divulgação devido a dificuldades que a Palavra Impressa pode ajudar a vencer. A SBD está preocupada com a qualidade da ciência produzida em dermatologia no Brasil, e este é um reflexo disso.

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Nem sempre os clientes têm noção de todo o trabalho, competências e atribuições de um editor envolvido com textos da área científica. Muitas vezes, essas atribuições ficam escondidas, e os autores têm dificuldade de valorizar o trabalho.

Algumas das coisas que o editor faz:

– atua como um primeiro leitor ou, principalmente, um leitor não envolvido com o trabalho, o que lhe dá oportunidade de fazer uma revisão crítica e de enxergar problemas que as pessoas envolvidas nem sempre conseguem ver

– justamente por não estar envolvido com o trabalho, pode reorganizar as estruturas do texto de maneira mais lógica para o leitor, ajudando a manter o texto focado e a transmitir a mensagem principal mais diretamente

– identifica e remove (às vezes com ajuda do autor) ambiguidades do texto; verifica a consistência das mensagens ao longo dos vários blocos de texto

– melhora a clareza do texto, promovendo modificações na redação (edição do texto propriamente dita)

– seleciona o melhor estilo para cada caso, e cuida para que um padrão seja mantido ao longo do texto; elimina jargão

– assegura o cumprimento de normas

– corrige ortografia e gramática na língua que está sendo usada

– seleciona as figuras que podem ajudar na compreensão do texto, eliminando as desnecessárias; cuida para que elas estejam bem formatadas e que não haja problemas legais no seu uso

– ajuda a fazer com que o texto seja mais atraente para o publisher (a editora ou revista que vai publicar a peça)

– ajuda o autor a redigir melhor a sua mensagem

– ajuda a administrar projetos maiores de comunicação, que envolvem texto, imagens, vídeo etc., o que às vezes exige lidar com gráficas, transportadores e outros.

A Palavra Impressa não é uma empresa de tradução de papers. A Palavra Impressa é uma consultoria de edição de textos da área científica e relatórios técnicos da área social para diferentes públicos.

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Nossos clientes ficam decepcionados quando são proibidos ou desencorajados a divulgarem o resultado de suas pesquisas para a imprensa leiga, antes da publicação do artigo científico. Realmente, para quem trabalha para o bem comum, a maior divulgação possível de um novo conhecimento é o que se deseja. Não divulgar é decepcionante.

 

Porém o “embargo” que as editoras científicas impõem aos autores tem também sua razão de ser. É importante compreender por que ele existe.

 

O embargo é um período de tempo exigido pelas revistas (os “journals”) científicas entre a publicação do artigo científico e a divulgação pela imprensa leiga. Primeiro, os resultados da pesquisa têm que sair na forma de artigo científico completo. Depois (e o período varia de revista para revista), podem ser divulgados pela imprensa leiga para a população geral.

 

Por que existe o embargo?

 

Primeiro: se por um lado há editoras comprometidas com a divulgação da ciência, e que publicam os artigos de graça para todos, há outras que sobrevivem de assinaturas. Ao perderem a primazia para a imprensa geral, essas editoras perdem “clientes”, veem a imprensa leiga como suas “concorrentes”. Da mesma maneira como um jornalista vê outro jornalista, de outra revista ou jornal, como seu “concorrente” em busca do “furo” de jornalismo.

 

Segundo: o autor assina sempre um termo de transmissão de direito autoral (em inglês, “copyright transfer”, ou “direito de copiar”, direito de publicar) para a revista científica. Estaria, portanto, rompendo um acordo ao divulgar para o público leigo primeiro os resultados científicos que a revista científica revisou, aprovou e montou para publicação. Assim, romper o acordo pode resultar em sanções judiciais por parte da revista científica.

 

Terceiro: as grandes revistas científicas das grandes editoras têm departamentos de divulgação que cuidam de enviar aos jornalistas os resultados mais contundentes que estão sendo publicados. Em press-releases oficiais, elas enviam, alguns dias antes da publicação, uma explicação completa sobre o trabalho científico, dando tempo para que os jornalistas compreendam os dados e entrem em contato caso seja necessário. O JAMA, por exemplo, envia esses releases uma semana antes da publicação. Isso permite que não haja erros por parte dos jornalistas quanto à compreensão das descobertas científicas. Em troca dessa assistência, o jornalista tem de concordar em manter o “off” (ou seja, manter segredo) sobre a pesquisa até que a revista científica publique o “paper”. Quando um jornalista tenta “passar na frente”, dar um “furo de reportagem”, divulgando os resultados de um trabalho científico que ainda não foi publicado, corre o risco de escrever mal. Pela pressa, ao compreender mal um dado científico ou seu significado para a sociedade, o jornalista pode atropelar a ciência e se juntar ao time dos maus divulgadores. O tempo de embargo é útil para o estudo.

 

Quarto: O embargo também permite que os pares do pesquisador possam receber primeiro os resultados dos colegas, antes do público leigo. Assim, se um químico tem oportunidade de ler um manuscrito recém-publicado numa revista técnica-científica, pode depois dar uma entrevista aos jornalistas sobre os resultados do colega com maior conhecimento e segurança sobre o que foi feito. Se, por outro lado, um médico fica sabendo de um resultado importante em saúde pública pela imprensa, e não pela revista científica, não pode responder bem a seu paciente, que o enche de perguntas sobre aquele novo tratamento, o novo exame. Ele precisa de tempo para analisar melhor o material antes de ser chamado a se pronunciar.

 

O embargo não impede o pesquisador de falar sobre seus achados para seus pares, por exemplo, em congressos ou reuniões científicas fechadas para cientistas. Porém, deve sempre se lembrar que podem haver jornalistas leigos na platéia, tentando “pescar” novidades que nem sempre podem compreender bem. Partindo do princípio de que o artigo que ainda não foi publicado ainda não teve um completo processo de revisão por pares (peer-review), ainda não foi aprovado para publicação, isso pode ser perigoso. Antes da publicação oficial, qualquer resultado é preliminar.

 

O embargo não impede que o cientista avise autoridades a respeito de seus achados, antes da publicação (por exemplo, avisar sobre uma alta taxa de efeitos colaterais de um medicamento, que compromete sua segurança). Também não impede que o cientista amplie a divulgação de seu trabalho para um número grande de outros cientistas: para isso existem as revistas open-acess, que publicam o artigo completo de graça na internet, sem necessidade de assinatura prévia. Uma vez publicado o artigo científico na revista, o cientista pode divulgá-lo, enviando o link ou o pdf do artigo para colegas. (Ou mesmo para a imprensa, mas não antes da publicação).

 

Dar entrevista sobre o próprio trabalho, sobre as próprias impressões, opiniões e visão da ciência é direito de todo cientista, a qualquer tempo. Usar a imprensa leiga, aberta, para divulgar resultados (dados) de uma pesquisa específica que está sendo objeto de revisão ou já programada para ser publicada numa revista científica… é rompimento de acordo na maioria dos casos. É bom tomar cuidado.

 

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Quem submete um trabalho científico para publicação numa revista internacional e o recebe de volta com críticas como “revisar a linguagem”, “revisar quanto à gramática” ou “corrigir numerosos erros gramaticais” nem sempre imagina que, assim como na língua portuguesa há discussão sobre o uso correto de certas palavras e pontuações, também na língua inglesa nem tudo é “preto no branco”. Apesar de geralmente mais simples e prática do que a língua portuguesa, a inglesa também traz desafios para o revisor. Um exemplo clássico é a rotineira colocação de vírgula antes de “e”.

 

Em português, aprendemos na escola que, numa listagem, por exemplo, em que se usa “e” como conjunção aditiva (comprou bananas, laranjas e maçãs), não se usa a vírgula antes do “e”, ou seja, antes do último item relacionado. Nesta situação específica, porém, na língua inglesa, há enorme discussão a respeito. Esse tema de debate é chamado de “serial comma” e há argumentos contra e a favor da inserção da vírgula numa frase como “he bought bananas, oranges and apples/he bought bananas, oranges, and apples”.

 

Em português, defendemos que não é necessário o uso de vírgula antes de “etc.”, justamente porque “etc.” é a contração da expressão latina “et cetera” (e outros) e, por conter a partícula “e” como conjunção aditiva, não requer o uso da vírgula. Porém, em inglês, a discussão sobre a vírgula antes de “and” se estende para “etc.”, de maneira que é muito comum ver frases como “he bought bananas, oranges, apples, etc.”. Multiplique esse uso por algumas dezenas de ocorrências num artigo científico… E o resultado é uma possível crítica de um referee, não especialista em edição de texto, dizendo que o trabalho contém “muitos erros gramaticais”. É um risco.

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A Palavra Impressa continua cuidando da Comissão História da Ortopedia Brasileira (CHOB), da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), e montou, em 14 a 16 de novembro, o segundo Museu da Ortopedia. Durante o congresso nacional da especialidade, realizado em Curitiba (PR), levamos alguns documentos originais bastante antigos para exposição aos congressistas, num estande especialmente montado.

 

Cuidadosamente transportadas e dispostas em vitrines fechadas estavam relíquias da SBOT, como por exemplo a carta, de 1939, em que Achilles Araújo declara para Renato Bomfim que criaria a Revista Brasileira de Ortopedia (RBO) e que a editaria sozinho, mesmo que não tivesse ajuda de ninguém. É a certidão de nascimento da RBO, redigida a caneta tinteiro em folhas de receituário de papel de seda, que estavam costuradas e dobradas num volume com encadernação de qualidade ruim. Fizemos a restauração e a preservação do documento, a transcrição da carta (já que a caligrafia é difícil de compreender) e expusemos o material juntamente com fotos do trabalho de restauro e higienização do material.

 

Levamos também o dossiê completo de inscrição na SBOT do ortopedista que foi o segundo editor da RBO, Donato D’Angelo. Na época de sua afiliação à SBOT, era necessário entregar currículo completo, datilografado, e cópias de documentos provando a atuação na especialidade. Na década de 1960 ainda não havia sido criada a prova de Título de Especialista em Ortopedia e Traumatologia (TEOT), exame essencial para o ingresso na sociedade hoje. Os documentos também foram preservados pela CHOB e foram expostos no congresso para que os ortopedistas conhecessem um pouco do trabalho da CHOB e da história da SBOT.

 

O mais divertido, porém, foi mostrar a caixa de fichas de examinadores do TEOT, das décadas de 1980 a 2000: o presidente da SBOT, Flávio Faloppa, o vice e futuro presidente, Arnaldo Hernandez, e outros membros da diretoria, como Walter Albertoni, Cláudio Santili, Patricia Fucs, estiveram no estande da CHOB e divertiram-se com suas antigas fotos 3 x 4 ainda com cabelos, sem óculos, sem cabelos brancos… A caixa com os “fichados do TEOT” pôde ser manuseada (com cuidado e supervisão) para procura de colegas e serviu para provocar muitas risadas. A maioria nem se lembrava de sua existência.

 

A Palavra Impressa continua à disposição da SBOT para continuar o trabalho de preservação dos documentos históricos de seu acervo e sua exposição adequada para os membros. Preservar a registrar a história de instituições como essa é um trabalho que realizamos com prazer.

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A Palavra Impressa foi convocada para a conferência do SciELO a ser realizada entre 22 e 25 de outubro, e que reúne autoridades e especialistas em pesquisa e comunicação científica. No painel Plataforma SciELO de indexação, publicação e interoperabilidade, vamos falar sobre um programa de capacitação a ser montado em parceria com o SciELO, dirigido aos editores de todas as revistas da base, referees e equipes. Vamos expor que as características e realidades estruturais das revistas da rede são muito heterogêneas, e que um programa de capacitação seria importante para profissionalizar alguns dos procedimentos. Será aberto um diálogo com os editores, para compreender as suas necessidades e detalhar a implementação do projeto.

 

A Conferência SciELO 15 anos comemora a trajetória de sucesso da rede, e vai tratar de políticas de pesquisa e comunicação científica, acesso aberto, cienciometria e outros temas importantes na área. Nossa apresentação ocorre no dia 22, ao meio-dia.

 

Apresentação

 

 

 

 

 

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A Palavra Impressa lançou, no início de setembro, as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea, uma compilação das diretrizes formuladas com base em reuniões de consenso dessa sociedade realizadas em Angra dos Reis, em 2012, da qual participaram cerca de 100 especialistas, representando os principais centros de transplante do Brasil. 

 

A obra foi editada para facilitar a consulta sobre as recomendações a respeito de cada procedimento em transplante de medula para cada tipo de enfermidade ou situação clínica. Alguns dos capítulos haviam sido publicados como artigos científicos, porém foram inteiramente revisados e traduzidos para publicação no livro. 

 

A obra traz material de consulta que permite oferecer informações sobre assistência aos pacientes baseada em evidência científica de nível internacional. O interesse pela leitura é de representantes do governo, que gerem os investimentos públicos na área de saúde, e também das entidades privadas que prestam assistência a pacientes com doenças genéticas, degenerativas e câncer que podem ser tratadas com transplante de medula óssea. Assim, é leitura obrigatória para o Ministério da Saúde e para os planos de saúde complementar.

 

Editar a obra foi um desafio para a Palavra Impressa: o cronograma era curto, pois alguns textos chegaram de última hora, pois haviam acabado de ser atualizados pelos seus autores. O número de referências bibliográficas a serem revisadas e corrigidas numa obra de consenso é enorme, pois são feitas revisões sistemáticas da literatura pelos autores. A padronização de formato entre 15 capítulos de diferentes grupos de autores foi um cuidado que facilita a consulta e a leitura do livro. A finalização dos trabalhos de revisão, normatização e diagramação foi possível com a coordenação do dr. Nelson Hamerschlak, antigo cliente da Palavra Impressa e um dos editores.

 

 

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A Palavra Impressa acaba de publicar mais um registro histórico. Osvandré Lech e o atual presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Arnaldo Amado Ferreira Neto, assinam um extenso resgate histórico sobre os primeiros 25 anos da entidade. O livro, de 210 páginas e capa dura, editado pela Palavra Impressa, apresenta uma linha do tempo nacional e internacional da especialidade, a história da sociedade, o depoimento de todos os ex-presidentes e dos atuais chefes dos 25 serviços de treinamento em cirurgia do ombro (R4), um relato sobre o Congresso Mundial de 2007, que foi realizado no Brasil, estatutos da Sociedade, a relação dos 820 membros atuais, uma grande galeria de fotos (provenientes dos álbuns pessoais dos autores) e as mensagens de felicitações recebidas de colegas do exterior. A tiragem de 3.000 exemplares foi impressa em Salvador, local do terceiro Closed Meeting da SBCOC, onde ocorreu o lançamento oficial e a distribuição gratuita para os participantes.

 

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O sistema eletrônico de publicação do currículo da Plataforma Lattes gera automaticamente um pequeno texto introdutório com base nos dados que foram enviados. Porém, esse texto, produzido automaticamente pelo computador, frequentemente aparece com erros, truncado e sem sentido, e não coloca em evidência as principais qualidades do indivíduo que está sendo retratado. Nem todos sabem, mas é possível editar o texto introdutório do currículo Lattes antes de publicá-lo, escrevendo esse parágrafo com um texto correto e mais adequado para traduzir para o leitor, rapidamente, a enorme quantidade de dados que cada currículo pode trazer, transformando uma enorme lista numa história da carreira que faz sentido.

Além de ser exigência da maioria das universidades, institutos de pesquisa e instituições de fomento/financiamento do país, permitindo o ingresso em programas de pós-graduação, um currículo publicado na Plataforma Lattes é também uma vitrine profissional. O currículo é consultado por empresas contratantes e por clientes em potencial. Mantê-lo no ar, atualizado e digitado corretamente é muito importante. Isso vale também para o texto introdutório, que pode ser lido antes mesmo da abertura do currículo completo.

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Temos recebido cada vez mais textos para revisão em que os autores brasileiros adaptam a palavra “severe” em inglês para o português… inadequadamente. Em inglês, “severe” pode, sim, significar o aspecto grave de uma doença, “severe disease”, “severe pain” etc. Porém, o exame de vários dicionários da língua portuguesa, editados em várias épocas, mostra que a principal acepção da palavra “severo” ou “severa” é “rigoroso”: uma professora severa, um pai severo são pessoas que tratam as pessoas e as situações com rigor, com disciplina, com inflexibilidade, com exigência. Mesmo quando o dicionário emprega a palavra grave nesse verbete, o faz no sentido de sério, íntegro, e não no sentido da intensidade de uma doença: uma pessoa grave.

Doenças, dores, sintomas não são severos. São mais ou menos graves, intensos e perturbadores. Assim, doutores, é mais correto escrever “doença grave”, “dor intensa”, “diabetes avançada”… do que “afecção severa”. A doença não fica “brava” com ninguém. Deixem “severe” para os textos em inglês.


Houaiss A, Villar MS. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. Academia Brasileira de Letras. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

Caudas Aulete. Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editôra Delta S.A., 1964.