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Patricia Logullo

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Patricia Logullo é doutora e meta-pesquisadora no Centre for Statistics in Medicine (CSM) na University of Oxford, Reino Unido e medical writer certificada pela International Society of Medical Publication Professionals (ISMPP). Além do Doutorado em Saúde Baseada em Evidências (pela UNIFESP), também é mestre em Ciências da Saúde (pela FMUSP) e Jornalista Científica (pela UNICAMP).

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Temos recebido trabalhos científicos nos quais os autores mencionam o uso de determinados produtos ou serviços protegidos por registro de marcas e patentes. Equipamentos de laboratório, implantes, próteses e outros produtos industriais são conhecidos por suas marcas e, diferentemente de medicamentos, não têm nomes “genéricos” que os identifiquem. O nome do produto é a marca. É obrigatório, nesses casos, o uso do símbolo de marca registrada ao lado do nome? Não.

A posse do registro de uma marca possibilita ao dono do registro fazer menção de que essa marca está protegida, exibindo a expressão “marca registada”, “MR”, ou o símbolo ®. Isso é feito com frequência de modo a dissuadir potenciais infrações ou uso indevido por outras empresas. 

Ter o registro da marca possibilita, mas não obriga o uso do símbolo. O uso do símbolo não é obrigatório nem mesmo pelo próprio dono da marca. O símbolo é, na verdade, uma ferramenta de marketing: os produtores colocam sempre o sinalzinho ® em seus materiais de divulgação, propaganda e catálogos, de maneira a mostrar aos possíveis concorrentes que o uso do nome por outras empresas seria uma infração. 

Portanto, ninguém é obrigado a usar o símbolo e quem tem interesse em deixar claro que uma marca é registrada é a indústria que a criou, não os autores de artigos científicos. Os pesquisadores na área de saúde estão interessados em demonstrar os resultados clínicos e funcionais do uso desses produtos, não em se aproveitar da marca para qualquer coisa. 

Além disso, o reconhecimento de que uma marca é registrada não depende de que todas as pessoas façam menção a ela com o simbolo: o registro de uma marca vale por 10 anos no Brasil, independentemente de usarmos ou não o símbolo. O registro está protegido pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). A Lei da Propriedade Industrial não faz qualquer menção ao símbolo.

Há ainda riscos no uso do símbolo ® em textos científicos: ao redigir o artigo, o autor pode imaginar que a marca está registrada, porém o registro pode ainda estar pendente, ou seja, o pedido foi depositado mas ainda não concedido. O símbolo não pode ser utilizado nesses casos. Seria uma falsa afirmação. O uso de símbolos no título e no texto de artigos científicos pode dar a entender que os autores têm algum interesse na proteção daquela marca. Enfim, é desnecessário.

 


 

Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei Nº 9.279, de 14 de maio de 1996.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm. Acessada em 19 de fevereiro de 2013.

Portilho D. Aspectos Legais sobre o Uso dos Símbolos Marcários ® MR TM e MD.
Disponível em: http://www.mpbrasil.com/artigos-noticias-dicas.php?subaction=showfull&id=1310756726&archive=&start_from=&ucat=&#topo. Acessado em 19 de fevereiro de 2013.

 

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Atualmente, um currículo publicado na Plataforma Lattes é exigência da maioria das universidades, institutos de pesquisa e instituições de fomento/financiamento do país: é o que permite, por exemplo, o ingresso em programas de pós-graduação. É também uma vitrine profissional, sendo consultada por empresas que querem verificar todo o histórico de um candidato a vaga, e até mesmo por pacientes que desejam ter uma noção da experiência acadêmica, profissional e especialização do médico que vão consultar. Mantê-lo no ar, atualizado e digitado corretamente é muito importante.

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Nossa experiência com a organização do acervo histórico da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) possibilitou a realização de um trabalho muito interessante em 2012: em novembro, durante o congresso da especialidade realizado em Salvador (BA), montamos o Museu da Ortopedia Brasileira.

O trabalho consistiu, em primeiro lugar, em realizar uma seleção de material histórico que fosse interessante para demonstrar aos ortopedistas brasileiros: documentos, cartas, fotografias da década de 1930 em diante, que foram, em 2011, higienizados, catalogados e organizados no acervo da Comissão História da Ortopedia Brasileira (CHOB). Foram escolhidas cartas de articulação da fundação da SBOT e fotografias originais do primeiro Congresso Brasileiro, realizado em 1936, além de outros documentos interessantes.

O material foi catalogado com legendas informativas, que descreveram cada item e sua importância histórica, com datas e identificação de personagens importantes. Por fim, foi cuidadosamente transportado para Salvador e disposto em três vitrines, bem à vista de todos os congressistas, que paravam no estande para conversar sobre o material e a importância de preservar a história, e que contribuíram com mais histórias interessantes.

Além das vitrines, a Palavra Impressa editou oito vídeos sobre a história da ortopedia, que foram exibidos durante todo o evento e agora estão disponíveis no site da SBOT. Os vídeos são originais e foram produzidos com imagens de documentos e fotografias históricas com os quais a Palavra Impressa vem tomando contato há mais de cinco anos, em que vem produzindo vários registros históricos para a SBOT. 

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Nossa experiência com redação de textos científicos permitiu acompanhar uma evolução intensa, especialmente nos últimos cinco anos, nas diretrizes para redação de textos científicos, no mundo e no Brasil. Melhorou, se organizou e se tornou mais sistemática a forma com que os pesquisadores precisam redigir os seus relatórios para serem aceitos pelas agências de fomento/financiamento, pelas revistas científicas internacionais, pelas editoras. Em outras palavras, tem sido necessário escrever melhor para prosseguir na carreira acadêmica e científica.

Porém, curiosamente, observamos também um certo vácuo entre a criação de novas exigências e o desenvolvimento de habilidades pelos pesquisadores. A Palavra Impressa tem atuado no auxílio de pesquisadores e grupos de pesquisa que realizam bons trabalhos científicos e que precisam publicá-los, mas encontram dificuldades com a língua, com o cumprimento de normas e com redação clara e concisa. Um serviço que acelera a publicação científica e acaba por aprimorar, pelos próprios autores, suas capacidades.

O problema é quando deparamos com trabalhos científicos que não têm qualidade. Redigir ou editar o manuscrito de uma pesquisa bem feita, bem fundamentada e com conclusões coerentes, que contribuem para o progresso da ciência, representa o nosso core business. Porém, muitas vezes ao longo do ano deparamos com trabalhos cujas conclusões não estão baseadas nos resultados (apenas na crença pessoal do investigador), artigos cujos resultados jamais poderiam ter sido alcançados com os métodos descritos (portanto há erros de apuração ou de descrição dos métodos) e, mais frequentemente, resultados e conclusões que não servem para nada, pois não trazem novas evidências científicas, novos fatos, apenas repetem pesquisas anteriores. 

Essas constatações nos mostram que há muitos pesquisadores ainda atuando, principalmente em programas de mestrado e doutorado, com orientação deficiente, sem um contato próximo com os departamentos de pesquisa e a cultura investigativa, e trabalhando por números (quantidade de trabalhos e publicações e não qualidade). Essa é uma deficiência de formação do cientista, principalmente o brasileiro, sobre a qual nada podemos fazer, pois na maioria das vezes atuamos na ponta final do processo, quando geralmente as pesquisas já foram concluídas, os dados já foram analisados. 

No entanto, sugerimos sempre aos nossos clientes que leiam atentamente as principais diretrizes (guidelines) de redação de manuscritos, que estão disponíveis para cada tipo de estudo (observacional, clínico, de revisão etc.), porque esse exame nos permite questionar se os métodos utilizados são adequados, se as perguntas que foram feitas estão claras e foram respondidas e de que maneira o relatório contribui com a ciência. Simplesmente fazer esses questionamentos ajuda a repensar o trabalho criticamente, e melhorar a sua qualidade. Não se trata somente de cumprir normas de revistas e instituições: trata-se de avaliar o próprio trabalho criticamente, cientificamente. A observação e o cumprimento dessas normas, temos certeza, contribuirá para a evolução de um raciocínio científico, que, espera-se, vai se tornar um hábito.

 

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Publicação redundante ou em duplicata, de acordo com o Comitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos (ICMJE), é a veiculação de um artigo que se sobrepõe substancialmente a outro já publicado (em meio eletrônico ou impresso, não importa). O Comitê considera que os leitores de periódicos da área de saúde têm o direito de confiar que o que estão lendo é original, novo. Esse posicionamento está embasado em leis de direito autoral internacionais e em condutas éticas, principalmente. Há também que considerar o custo de se solicitar a revisão por pares e a edição trabalhosa de um manuscrito… que já foi publicado. Desperdício.

 

A maioria das revistas científicas declara em suas normas que não aceitará artigos que não sejam originais, ou seja, artigos que já tenham sido publicados ou submetidos a outros periódicos não serão aceitos. Ao acatar essa norma, o autor responsável se compromete a não publicar duas vezes o mesmo artigo em dois lugares. 

 

Uma vez flagrada a publicação dupla do mesmo estudo, o editor pode editar, à revelia do autor, uma nota de desagravo, com ou sem a explicação do autor, o que pode ser politicamente bem ruim para um autor que deseja continuar publicando. E, dependendo do caso, o autor pode até ser acionado judicialmente.

 

Temos deparado com esse problema na Palavra Impressa: autores querem publicar um mesmo artigo (os resultados de uma tese, por exemplo) em dois periódicos diferentes para cumprir exigências das faculdades onde fazem pós-graduação ou dos locais onde trabalham. Modificam um pouco o texto como se isso, somente, configurasse dois artigos diferentes. Porém, dois textos redigidos de maneira diferente, porém relatando os resultados do mesmo experimento científico, são considerados publicação redundante dos mesmos dados. Se são os mesmos pacientes, os mesmos métodos, a mesma análise, são o mesmo experimento. Se são pressionados a publicar dois em vez de um artigo, os autores devem realizar análises diferentes, usar outra coorte de pacientes ou realizar outro experimento. Tampouco traduzir o artigo para publicar em outra língua configura “dois artigos”.

 

Exceções aceitas pelas revistas:

 

– quando as revistas são previamente avisadas, e concordam em publicar em conjunto um mesmo artigo

 

– quando há interesse (às vezes, de saúde pública) de se publicar o artigo em outra língua ou para outra audiência, contanto que haja concordância dos dois editores: do que publicou primeiro e do que vai publicar depois, e com nota de rodapé indicando a publicação prévia

 

– quando um trabalho é publicado inicialmente em sua versão curta, por exemplo com acompanhamento curto dos pacientes, e depois o estudo é alongado, com a publicação da análise por mais tempo ou com mais pacientes, contanto que o trabalho inicial seja citado

 

– quando é submetido para publicação uma análise paralela ou menor de apenas um extrato dos dados do trabalho original, sendo que o outro trabalho, maior, é mencionado no texto.

 

Temos orientado nossos clientes para que prestem atenção ao problema das publicações redundantes, pois nem todos estão cientes das normas editoriais internacionais e do arrazoado ético a respeito.   

 

 

 

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Uma das maiores editoras de periódicos científicos do mundo, a Elsevier, decidiu lançar um concurso curioso: uma competição por ideias para melhorar o processo de revisão por pares. Os finalistas acabam de ser anunciados no website da editora (http://www.peerreviewfuture.com/) e, curiosamente, das oito ideias propostas, seis tinham a ver com propostas de reconhecimento público do trabalho voluntário dos referees. Postamos no website da Elsevier alguns comentários sobre elas.

 

Revisores (ou referees) são convocados pelos editores das revistas para avaliar artigos científicos submetidos para publicação. Eles têm de realizar uma cuidadosa revisão dos manuscritos, de acordo com as normas de cada revista, e redigir relatórios com críticas ponto a ponto. É um serviço que consome tempo e expertise, mas que é feito de graça. Por isso, frequentemente os editores têm problemas em conseguir que os relatórios sejam entregues no prazo. 

 

Reconhecimento é essencial em qualquer tipo de trabalho voluntário, e quanto se fala sobre um esforço especializado, como o peer-review, o reconhecimento deveria certamente tornar-se público de alguma maneira. Aparentemente, o que as editoras têm feito por seu exército de trabalhadores voluntários (meramente dispondo uma lista anual de nomes de revisores em suas revistas, na maioria) não tem sido suficiente, já que a maioria das propostas postadas para a Elsevier tinha a ver com sistemas de escores, pontuações e prêmios (como descontos em compras e serviços de estatística de graça) destinados aos melhores revisores.

 

Parte do trabalho dos referees é técnica, baseada em sua experiência e conhecimento adquiridos ao longo do tempo de dedicação à pesquisa. Outra parte é “braçal”: a leitura do artigo submetido, a conferência do cumprimento de normas ou preenchimento de formulários das revistas, a redação dos relatórios. Assim, parte do sistema de reconhecimento a ser proposto deveria ser baseado em quantidade: o número de artigos que um revisor é capaz de entregar adequadamente por ano, a rapidez com que faz isso tem de ser reconhecida. Porém a outra parte é qualitativa: como avaliar a capacidade que um revisor tem de perceber problemas metodológicos num artigo científico? Eis um desafio para os editores.

 

 

 

 

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Muitos artifícios podem ser usados para dar ênfase a determinadas palavras ou expressões nos textos: recursos gráficos, como itálico ou negrito, sublinhado, mudança de cor ou tamanho de letras. No entanto, temos observado que as pessoas têm usado com frequência a letra maiúscula no intuito de dar importância a certas palavras, esquecendo-se de que existem normas para o uso de maiúsculas e minúsculas em qualquer língua, inclusive a portuguesa, e que há maneiras mais adequadas (inclusive técnicas de redação) para enfatizar um conceito num texto.

 

Por exemplo: um sujeito, pesquisador de uma universidade qualquer, escreve um artigo sobre a importância da ética na pesquisa. Porque seu texto versa sobre ética (assunto de grande importância e problema central no texto), ele grafa ética com a letra maiúscula inicial em todas as ocorrências: “Ética”. Certo? Não. Ética, por si só, não é um nome próprio (a menos quando faz parte do nome de uma instituição oficialmente constituída, como por exemplo o “Comitê de Ética da Faculdade X”). Outro cliente nosso escreve sobre ligas de estudantes de medicina: as ligas em geral, sem que nenhuma específica seja determinada, vão grafadas em minúsculas. A Liga de Tuberculose de uma determinada faculdade, esta sim, vai com a letra inicial maiúscula, pois é um órgão específico e oficialmente constituído dentro de uma instituição. 

 

Relembrando a regra: nomes próprios vão em maiúsculas. O que é o nome próprio? É aquele que designa um único indivíduo de um conjunto, por exemplo, Pedro, Pará, Itália. Quando falamos de qualquer elemento (e não um específico, determinado), estamos nos referindo a um nome comum, por exemplo, menino, estado, país (qualquer menino, qualquer estado, qualquer país). Nomes comuns vão grafados com a letra inicial minúscula (a menos, claro, que estejam no início da frase ou linha). Nomes de instituições, escolas ou departamentos (Igreja Católica, Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, Prefeitura do Rio de Janeiro, Receita Federal, Disciplina de Informática Médica) designam organismos específicos, que não se confundem entre si e aos quais nos referimos especificamente. Assim como nomes de locais: Aeroporto de Congonhas. Portanto, são nomes próprios e vão com iniciais maiúsculas em todas as palavras componentes. 

 

Usamos letra maiúscula em nomes de períodos ou eventos históricos registrados (como Renascimento ou Segunda Guerra Mundial) ou datas comemoradas oficialmente (Natal, Ramadã) e, em algumas situações, conceitos políticos ou filosóficos ou ramos do conhecimento sistematizado (Arquitetura, Medicina, Direito, Justiça, Parlamento). Pode-se ainda usar maiúsculas nos nomes de documentos conhecidos e leis ou resoluções (Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases).

 

Mas não se usa maiúscula em nomes de cargos: o reitor, o professor, o diretor, a prefeita. Embora muitos tentem dar ênfase aos assuntos de seus textos e aos cargos que ocupam usando maiúsculas, há recursos mais apropriados para isso… 

 

Sobre caixa-alta e caixa-baixa: ainda nos tempos das tipografias, os técnicos guardavam as letras maiúsculas na parte superior das caixas de tipos, e as minúsculas na parte inferior. Por isso, os revisores convencionaram chamar de caixa-alta as letras maiúsculas e caixa-baixa as minúsculas, uma tradição que perdurou mesmo quando a tipografia caiu em desuso. Isso possibilitou a criação de um recurso muito prático em revisão de texto: a expressão, bastante usada por redatores e revisores, “caixa-alta-e-baixa”, que indica que as palavras de uma expressão deve iniciar com letra maiúscula e ter as outras letras em minúsculas, assim:

 

dicionário de português: caixa-baixa

DICIONÁRIO DE PORTUGUÊS: caixa alta

Dicionário de Português: caixa-alta-e-baixa.

 

 

 

 

Savioli, FP. Gramática em 44 lições. São Paulo: Editora Ática, 1988.

Cunha C, Cintra L. Nova gramática do português contemporâneo. Terceira edição revista. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

O Estado de S. Paulo. Manual de Redação e Estilo. Disponível em: http://www.estadao.com.br/manualredacao/esclareca/maiusculaseminusculas.shtm.

Houaiss A, Villar MS, Franco, FMM. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

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Algum tempo atrás, para submeter um artigo para publicação nas revistas científicas, tudo o que o autor tinha que fazer era imprimir e mandar pelo correio ou, nas revistas mais “avançadas”, enviar por e-mail. Isso gerava um volume enorme de material que as revistas tinham que organizar para envio aos referees, editores de área, de volta aos autores, numa comunicação muito lenta e difícil, e que muitas vezes levava a perdas de documentos.

 

Nos últimos anos, todas as revistas científicas (com raríssimas exceções) passaram a aderir a sistemas eletrônicos de submissão, transferindo aos autores a responsabilidade por classificar e organizar previamente os artigos antes do envio para os referees. Isso melhorou muito a agilidade das revisões (que hoje tomam em torno de três meses) e o arquivamento de versões diferentes dos documentos. Porém, submeter um artigo para publicação em revista científica não é sempre um trabalho simples, e por isso, é um serviço que a Palavra Impressa presta a seus clientes rotineiramente.

 

Os sistemas eletrônicos das revistas exigem cadastro prévio de todos os autores do artigo, especialmente o autor correspondente. Só aqui leva-se em torno de 30 a 90 minutos, dependendo do grau de exigência da revista quanto aos detalhes pessoais, resposta a perguntas sobre conflitos de interesse, preenchimento de formulários etc. Esta parte do serviço exige que o operador conheça os autores do artigo que está submetendo, para não classificar, por exemplo, um estudante de graduação como doutor, por exemplo (ou vice-versa). Coisa que nem sempre um recepcionista de consultório tem condições de fazer.

 

Na medida em que se preenchem os formulários, senhas são geradas e mensagens são enviadas por e-mail para o operador para que confirme naquele momento a submissão e possa avançar para os passos seguintes. Isso exige atenção e dedicação total ao serviço, o que nem sempre é possível para nossos clientes, ocupados com suas atividades assistenciais e de pesquisa.

 

Depois de cadastrar os autores e até escolher possíveis referees para revisar o artigo, as revistas solicitam que se enviem todos os documentos do artigo (texto, imagens, tabelas) separadamente, e nos formatos eletrônicos específicos. Cada revista tem uma exigência diferente. Isso faz com que o operador conheça as peculiaridades dos diversos sistemas eletrônicos de submissão, que saiba como salvar documentos num ou noutro formato, que tenha capacidade para converter arquivos de um programa para outro e que, novamente, conheça o artigo que está submetendo para que possa encaixar as informações corretas nas caixas corretas. Tudo isso em inglês (exceto por algumas raras revistas brasileiras).

 

Por fim, as revistas estão, cada vez mais, facilitando o próprio trabalho de indexação dos artigos e de classificação dos manuscritos por especialidade para envio aos melhores referees automaticamente. Isso exige que o operador que está fazendo a submissão conheça o assunto do qual o artigo está tratando para que possa escolher as melhores palavras-chave que caracterizam o trabalho. Numa revista de grande circulação e impacto, isso pode representar mais de uma hora de trabalho, escolhendo de três a dez palavras-chave no mínimo numa lista predeterminada pela revista. Novamente, em inglês.

 

Assim, o serviço que prestamos aos nossos clientes de submissão dos seus artigos, que geralmente está acoplado ao serviço de edição do texto em si, é apreciado por poupar-lhes um tempo precioso. Além disso, nós controlamos internamente as comunicações que a revista faz com o autor após a submissão, recebendo cópias de todas as mensagens enviadas ao autor correspondente. Isso nos permite relembrar os clientes de que têm tarefas pendentes como o envio de mais documentos ou esclarecimentos ao editor. Assim, mantemos sob controle, centralizado, as diversas submissões que um mesmo autor tem para várias revistas, podendo inclusive cobrar respostas dos editores quando há demora. Nossos clientes podem ser avisados, de uma só vez, sobre o status de todos os seus artigos submetidos.

 

Se um artigo é recusado pela revista, ao recebermos o comunicado do editor, já fazemos uma avaliação inicial dos motivos da recusa e podemos orientar os autores sobre a melhor maneira de contra-argumentar sobre as críticas ou corrigir/alterar o texto para nova submissão. Mas este é assunto de outro tópico…

 

 

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Em final de março deste ano, uma antiga cliente nossa, para quem já preparamos vários artigos científicos para publicação, nos procurou com uma demanda bastante incomum. Ela havia descoberto que um artigo seu, publicado em 2006, numa revista internacional de grande impacto, havia sido copiado e publicado em outra revista, bem menor, em 2009. Agarramos o caso.

Fizemos uma comparação palavra a palavra entre os artigos e verificamos que os autores do plágio (estava claro: era um caso de plágio) trocaram apenas o nome da doença principal tratada no artigo por outra, a idade dos pacientes (de adolescentes para adultos) e mantiveram todo o texto igual, do começo ao fim. Até mesmo uma enorme tabela com medidas de pacientes foi interamente copiada, à precisão decimal. 

Consultamos as normas internacionais que definem plágio, publicação redundante e condutas consideradas inaceitáveis na área científica e redigimos uma carta detalhada ao editor-chefe da revista onde o trabalho de nossa cliente havia sido publicado. Explicamos que o estudo original, que recebeu financiamento público, havia sido realizado num hospital do Sistema Único de Saúde, com pacientes reais, sobre os quais os pesquisadores tinham inteira responsabilidade na condução clínica e coleta dos dados, e que os autores do artigo falso haviam simplesmente se apoderado dos dados. Pior: a troca do nome da doença principal fazia com que o texto como um todo não fizesse sentido. Ele jamais deveria ter passado por um sistema de revisão por pares, mesmo que os revisores da revista não desconfiassem do plágio.

A revista imediatamente tomou providências, e manteve contato conosco. Em mensagem enviada menos de um mês depois, após reuniões do conselho editorial, informou-nos de que reconhecia o caso como uma “grave violação ética”, e que conseguiu, junto à segunda revista, a determinação de retirar o artigo dos sistemas de indexação e de publicar uma comunicação sobre o erro. Além disso, comprometeu-se a contatar as instituições às quais os responsáveis pelo plágio são ligados (no Irã) para investigação do caso.

Este é mais um caso em que a Palavra Impressa mostra que está à disposição de seus clientes para revisar, editar e traduzir textos (tal como muitas empresas fazem), mas que vai além, dando um atendimento mais abrangente. Conduzir e intermediar as comunicações com as revistas envolvidas neste caso, discutindo ética, direito autoral, questões legais e de indexação científica.  E não paramos por aí: estamos de olho para verificar se os compromissos assumidos estão sendo cumpridos. 

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Janeiro chegou voando. Aterrissou rápido, mas como um grande cargueiro, entregando uma quantidade enorme de realizações na empresa. 

 

Publicamos dois livros para a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), nossa antiga parceira de trabalho. Publicamos o Relatório de Gestão 2011 da SBOT e também da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), demonstrando o quanto essas instituições têm crescido e se desenvolvido. É um privilégio poder testemunhar esses percursos, produzindo peças muito importantes para o seu registro histórico. Nessa linha, projetamos, instituímos e conseguimos tornar permanente a Comissão História da Ortopedia Brasileira, dentro da SBOT, atuando na organização, catalogação, higienização e preservação física de documentos com mais de 70 anos de idade: um trabalho que está só começando na Sociedade.

 

O que mais nos deixa satisfeitos é que, além de desenvolver esses grandes projetos, a Palavra Impressa não deixou de dar atendimento aos seus clientes individuais, pesquisadores cujos textos nós ajudamos a redigir, revisamos, formatamos, traduzimos. Pesquisadores a quem damos toda a assistência necessária durante o ano, no contato com as editoras dos periódicos científicos e das universidades onde defendem suas teses. Brigamos pela aprovação de seus trabalhos, resolvemos intercorrências (e isso é mais do que simplesmente entregar textos prontos). Ajudamos todos a publicarem seus trabalhos em 2011, e já começamos 2012 a todo vapor.

 

Desejamos aos nossos clientes, os habituais e os que virão, que possam ver 2012 como um ano de mais realizações. Estamos aqui para ajudar: nós adoramos publicar!